sábado, 28 de maio de 2016

O vento e as folhas

Ontem eu ouvi o vento. Não senti ele passar por mim. Olhei para o alto. As folhas se mexiam. Só de uma árvore. Nas outras, as folhas não se moveram. Só naquela. Linda!
Exibido, o vento me atraiu para aquela direção. Como ele conseguiu fazer aquilo? Queria me dizer alguma coisa. Não prestei atenção nele. Invisivel, só se mostra indiretamente. Como não lhe dava bola, achou um jeito de me tirar de meu caminho. Fui atrás de seu som. Ou seria o som das folhas?
O sol poente deixava as folhas brilhantes. Pareciam escamas de peixe. Quase me afoguei de encantamento. Me faltou o ar. O vento se exibindo para mim. E o ar me faltando. Vento não é feito de ar?
A vida, às vezes, é como o vento. Passa por nós. Se não cuidamos bem nem a vemos! Mas, ela tem suas artimanhas. Parecidas com as do vento. De repente, ela guia nosso olhar. Mostra o inesperado. Mancomunada com o vento, pode até nos tirar o folêgo.
Ontem eu ouvi o vento, vi as folhas, e me senti vivo.
Depois, à noite, falei para os alunos e alunas que tinham aula comigo sobre o que acredito: a esperança de que possam aprender o que seja significativo para eles. Na minha fala, escondida, assim como o vento, uma esperança. Que eu possa ser como o vento junto às folhas. Passar por eles e, momentaneamente, ajudá-los a refletir o brilho da vida. Já me darei por satisfeito.

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