sexta-feira, 18 de maio de 2018

Sobre o amor ou Manifesto de um apaixonado aos 61

Outro dia fui diagnosticado como apaixonado. Não perguntei se é doença. Creio que não. Acho que é mais um jeito de ser. Assim, não preciso me preocupar com a cura. No entanto, como apaixonado achei que deveria escrever sobre o amor.
Tanto já se escreveu sobre o amor. Há, ainda, algo novo a ser dito? Novo? Não sei! Mas, algo a ser dito? Certamente.
Na semana que vem completo o primeiro ano de minha sétima década de existência. Chego à versão 6.1.
Nesse tempo de vida, experimentei diversas formas de amor: maternal, paternal, fraternal, filial, platônico, entre outros. Até mesmo o filosófico. Aquele que surge da vontade de conhecer e entender a vida. Nesse tipo de amor corre-se o risco da paixão. Paixão pela vida!
O platônico foi na juventude. Quando não fui capaz de vencer barreiras que impediram que o transformasse em outra forma. É o amor que foi sem nunca ter sido!
E o que dizer do amor religioso. Religioso? Você pode me perguntar. Confesso que não sei se essa é a melhor palavra. Talvez espiritual? Sem crença religiosa, sinto dificuldade em qualificar esse amor. Mas, é o amor ao próximo que aprendi nas aulas de catecismo ainda criança. Na religião que ainda adolescente perdeu sentido para mim. Dela sobrou essa noção de uma forma de amor. Talvez, a melhor essência do que tentaram me ensinar nas aulas de catecismo. Esse amor que se manifesta na solidariedade pelo outro. É o amor pregado por Confúcio, Cristo e muitos outros humanos que procuraram transcender à vida orgânica e material.
E a amizade? Essa forma de amor que, ao contrário do que afirma o Facebook, é rara. Não se encontra facilmente. É gema preciosa que precisa ser garimpada. E, quando encontrada, lapidada. No estado bruto já é belo esse amor. Com o tempo, seu brilho se acentua. E continua brilhando mesmo quando os sujeitos desse amor estão distantes.
Já senti, também, aquele que Vinicius desejou que fosse "eterno enquanto dure". Aquele que surge primeiro como paixão. Não foram muitos. Como chamas, também não foram infinitos. Como chamas, ainda, arderam. Muito quando acesas. Bastante quando se apagaram. Arder quando se apaga? Impossível! Talvez no mundo da lógica. Porém, quem já viveu esse amor sabe o que quero dizer. São formas diferentes de ardência. A primeira é gostosa. A última dolorosa. Mas, acima de tudo, ardências.
E agora? Como que isso termina? Esse texto quero dizer. Não o amor! O amor sempre se faz presente. Em suas múltiplas formas. Nunca termina.
Será que me coloquei em uma enrascada ao querer falar sobre o amor em prosa? É um tema só pra poesia? Nesse formato, já tentei. Não sei se fui feliz! Mas, ardente? Sim. Um discípulo/aprendiz não muito bem sucedido de Neruda, Vinicius e Florbela.
Então... Parece que estou lhe enrolando, não é? Mas vamos ao ponto final.
O que eu queria dizer mesmo é que é impossível viver a vida sem as múltiplas formas do amor. E ela brilha ainda mais quando uma dessas chamas, que não são infinitas posto que são chamas, se acende em nós. Eu sigo em busca dessa chama. Em busca dessa ardência. Sem ponto final!

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