domingo, 13 de maio de 2018

Encontros

Quando a vi pela primeira vez, sua beleza me impressionou. Foi na festa de aniversário de uma amiga. Ainda eram poucos os convidados presentes. A luz amarela contrastava com seu vestido preto. Estava radiante. Corte de cabelo curto. Do jeito que sempre me atraiu nas mulheres.
Precisava dar um jeito de me aproximar. Mas, carrego uma barreira invisível para todos. Intangível. Poderosa, no entanto. A timidez. Olhei para ela. Ela me olhou. Alguém nos apresentou.
Poucas palavras nesse primeiro encontro. Outros amigos chegaram. Ela se voltou para os seus. Eu para os meus. Nos aproximamos da mesa com as bebidas. Cada um se serviu de seu vinho. O fotógrafo da festa fez o registro. Só soube disso muitos dias depois. Me antecipo. Esta parte vem depois.
Algumas trocas de olhares entre nós. Pelo menos foi o que me pareceu. No entanto, pode ter sido mero acaso. Meu desejo de que o interesse fosse mútuo poderia ter me iludido.
A certa altura, a vejo conversando animadamente com outro cara. Pareciam íntimos. Pergunto para um amigo se sabia quem era ela. Me disse:
_ Não sei. Mas, parece que está com o namorado.
Inteligente esse meu amigo! Responde mais do que quero. Sabe do porquê da pergunta.
Mas, embora tímido, persisto. Aguardo algum momento de aproximação. A certa altura, sentados em mesas próximas, ficamos sózinhos.
Puxo conversa. É daqui? O que faz? As mesmas perguntas para mim. Na conversa surge um interesse comum. O cara volta. Participa da conversa. Outro amigo me faz uma pergunta. Me distancio dela novamente.
Chega a banda da festa. A música eletrônica é substituída. Muitos dançam. Eu não. Observo. Ela dança só. Atraente. Fico olhando. Mais uma vez, tenho a impressão de um olhar de retorno. Depois de algum tempo, vou pra casa. Como se diz, saio à francesa (não faço a mínima ideia da razão dessa expressão). Discretamente. Sem me despedir.
No dia seguinte, a partir do que ela me contara, encontro seu email na internet. Esse mundo virtual é maravilhoso às vezes. Uso nosso interesse comum para mandar uma mensagem. Ela responde. Nos encontramos no face.
Dias depois, ela me manda a foto com nós dois. Presumo que a amiga da festa que lhe encaminhou. Uma foto bonita! Graças a ela, retomamos contato. Quase todo dia. Pelo messenger. Algum dia tenho que agradecer ao fotógrafo.
Surge a oportunidade de um reencontro. Saímos para um jantar. Massa e vinho. E uma conversa agradável. Fui buscá-la em seu prédio. Luzes amarelas da portaria causaram o mesmo efeito de quando a vi pela primeira vez. Radiante e linda. No restaurante me encanto por seus olhos. E seu sorriso.
Horas depois, a deixo em casa. No caminho para a minha, penso nos encontros que o acaso realiza. Preciso agradecer mais alguém, além do fotógrafo. Minha amiga que se lembrou de mim e chamou para a festa de seu aniversário.

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