domingo, 24 de setembro de 2017

Sonolência

A leitura e o balanço do ônibus me fazem sonolento. Ao escrever a última palavra da frase anterior me dou conta de que ela contém duas outras: "sono" e "lento". Estou com sono, me sinto lento. Sonolento.
Não sou linguista. Embora já tenha sido casado com uma estudiosa da linguística, não vou entrar nesta seara. Me faltam a necessária competência e a devida apetência. Só registro a descoberta puramente pessoal. Sem nenhuma possibilidade de teorização.
No fim da tarde, naqueles minutos em que não é noite ainda, mas essa chega lentamente, e a luz do sol se transforma em lusco-fusco, para espantar o sono que me deixa lento - ou seria para vencer a lentidão que me induz  ao sono? - escrevo.
Ufa! Tinha que, de algum modo encerrar a sentença anterior. Tão longa! Vezenquando me empolgo e vou abrindo parênteses na escrita (será que devo usar os símbolos como faço agora? ).
Mas, voltando ao propósito do  parágrafo anterior: se não o fizesse, talvez você, meu eventual leitor, ou ainda eventual leitora - essa política de gênero torna a escrita ardilosa, não é? - possa começar a se sentir sonolento ou sonolenta (de novo o cuidado com o gênero). E mais um parêntese. Isso não acaba nunca!
Ei, você aí. Acorda! Se você parar de ler, eu tenho que interromper a escrita. Assim, eu durmo!
Zzzzzzzzzzzzzzz.