domingo, 27 de fevereiro de 2022

Crônicas na Holanda 20 - Sobre o que escrever?

Sobre o que escrever? Me pergunto. Quatro meses e meio na Holanda. Paises Baixos! Alguém, certamente, poderia ou quereria me corrigir. Mas, minha escolha sobre como nominar este país, você encontrará na primeira ou segunda crônica desta série. Ou será na terceira?
A memória, ou melhor, a falta dela me impede a certeza. E a preguiça me força a deixar com você, leitora ou leitor, a possibilidade da descoberta. Vai lá, por favor! Assim, você resolve a questão e, melhor ainda, contribui com as estatísticas do meu blog. Vaidade do autor!. Eu sei. Mas, como humano, tenho minhas fraquezas. Quem não  as tem?
Por aqui, como no mundo, as notícias são diversas. Boas e más. Entre as últimas, está a estupidez da guerra. Mais uma! Entre as mais de duas dezenas de conflitos armados que se espalham pelo nosso planeta. Com ela, é inevitável sentir alguma apreensão. Diferente das outras, esta acontece mais próxima de nós. Além da solidariedade com a dor do outro povo, há a esperança de que não se espalhe e acabe logo.
Entre as boas, parece que a pandemia vai suavizando. Desde sexta-feira, não precisamos mais mostrar comprovante de vacinação em lugar algum. Máscaras deixaram de ser obrigatórias, exceto em estações e meios de transporte público. Internações e mortes se reduzem, apesar da taxa de infecção ampliada. Parece que a vacinação trouxe frutos positivos. Nesse campo, uma dúvida: em duas semanas poderei tomar a terceira dose da vacina aqui; devo fazê-lo? Será a quinta dose, visto que tomei duas no Brasil.
No campo dos estudos, vai tudo bem. Obrigado! Poderia ser melhor? Sim. Poderia ser pior? Também. Ou seja, faço o que posso. E, as vezes, me sinto realizado. Como hoje, quando fui capaz de refletir e modelar de forma abstrata o fenômeno que estudo. Sei que a sensação de sentir-se realizado é passageira. Logo vem o desejo de mais. Mas, hoje foi o dia das pecas juntarem-se como um quebra-cabeças resolvido. Prefiro, porém, a imagem de um caleidoscópio. Pode ser que as partes se misturem novamente. E, um outro olhar me ofereça outra imagem. Assim, o conhecimento vai surgindo. Também provisório. Incompleto. A cada momento, com o que outros e outras me dizem, novas imagens se formam.
Enfim, para quem não sabia o que escrever, a crônica surgiu leve. E na leveza desta escrita, trago a esperança que os artefatos humanos sirvam apenas para nos harmonizar com a natureza. Como esta fotografia que fiz ontem. Que juntos, artefatos e natureza nos afastem da guerra e nos aproximem do amor. 

Um comentário:

  1. Domingo... Crônica do admirado amigo que está em uma terra um pouco minha por tabelinha, já que é do marido e cunhado duplo e de meus filhos por passaporte e dupla-nacionalidade. Assim, aí vai a nossa dica leitura e partilha para conhecerem o blog deste cara que está fazendo pós-doc na Holanda. Parabéns, Fernando Gimenez !! Vc é o cara.Ah! manda um beijo para a Edra Moraes .

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