Em um domingo, a gangue do
Lorde Kennedy estava na praia de Ubatuba quase no final da tarde. Quando estavam
se preparando para irem embora, China viu um navio cargueiro se deslocando em
direção ao Porto de São Francisco do Sul, e disse:
_ Aquele navio se parece com
o que eu vim para cá. Será que não podemos ir ao porto checar?
Alemão, percebeu o olhar
tristonho do velho pequinês e respondeu:
_ Amanhã é segunda-feira,
dia que o Nego vai para a cidade depositar dinheiro no banco. Quando ele
estiver se arrumando, nós dois subimos na carroceria da caminhonete. E
continuou:
_ Lá chegando, a gente dá
uma corrida até o porto e vemos se é o seu navio.
Imediatamente, Dama falou:
_ Eu também quero ir. Vamos
todos, Lorde Kennedy?
Lorde Kennedy nem conseguiu
responder, os outros três – Bóris, Vina e Chumbinho – falaram em coro:
_ Vamos sim! Sim, sim,
sim...
Lorde Kennedy teve que
concordar. Lembrou-se que fazia tempo que havia pensado em fazer um passeio ao
porto. Mas, expressou uma dúvida:
_ Será que o Nego vai deixar
a gangue toda subir na caminhonete?
Alemão respondeu:
_ Fica tranqüilo! Há uma
parte da caminhonete que vive coberta com uma lona. Vocês se escondem embaixo
dela.
Assim, decididos, Lorde
Kennedy e sua gangue foram embora da praia de Ubatuba. Quando chegaram ao Bar
do Nego, a comida já estava posta nas latas de cada um. Fartaram-se de comer e
dormiram.
No dia seguinte, enquanto
Nego tomava banho, Alemão ajudou todos a subirem na caminhonete e se esconderem
embaixo da lona. Só ele ficou à vista, no lugar de costume. Nego saiu do bar, e
se dirigiu à caminhonete e falou pro Alemão:
_ Já a postos, meu velho?
Onde está o resto da gangue?
Alemão deu uns latidos e
Nego entrou na caminhonete. Deu partida no motor. Estranhou não ter visto os
outros cães nos fundos do bar, e partiu em direção ao centro histórico.
Depois de uns dez minutos,
Nego olhou pelo retrovisor e levou um susto. Viu a gangue toda na traseira da
caminhonete. Mas, já era tarde. Não quis voltar para fazer com que todos
descessem. Assim, lá foram Lorde Kennedy e sua gangue fazer um passeio ao
porto. Enquanto isso, apreciavam a paisagem da estrada.
Enquanto Nego foi ao banco, Alemão ajudou os demais a descerem da caminhonete e foram em direção ao porto. O
velho China estava certo. O navio que avistara da praia de Ubatuba era o
cargueiro em que trabalhava seu tutor.
Ao mesmo tempo em que os
cachorros chegavam até próximo ao navio, o marinheiro que cuidava de China a
bordo estava descendo para o porto. Estava de folga naquele dia. China correu
até ele e os dois fizeram a maior festa. O marinheiro quis levar China para
bordo, mas este resistiu. Não quis ir de jeito nenhum. Já tinha matado as saudades de seu tutor. Além disso, a vida na gangue de
Lorde Kennedy era muito mais divertida do que a bordo de um cargueiro.
Alemão avisou:
_ Vamos voltar. Nego já deve
estar terminando o que faz na cidade.
Partiram em disparada para a
praça da prefeitura, lugar onde Nego sempre estacionava a caminhonete. China
fez mais um afago no marinheiro e correu atrás da turma. Ao marinheiro só restou
ficar acenando para China. Depois foi em direção ao bar em que encontrava sua
amiga brasileira. Como quase todo marinheiro, sempre tinha uma amiga em cada
porto.
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