sábado, 14 de abril de 2018

Cinco pedrinhas

Caminhava na areia da praia. Qual? Não importa! Assim como foi naquela, poderia ter sido em qualquer uma.
Primeiro, foram três. Refletiam os raios do sol. Brancas. Não resisti. Peguei. Depois, fiquei me indagando se estava alterando o equílibrio da natureza. Eu e essa minha mania de grandeza! Bobagem. Elas continuaram comigo.
Mais à frente, mais duas. Menos brancas. Menores. Brilhavam também. Se juntaram às outras. Já não me preocupei com o desequilibrio da natureza. Havia muitas pedrinhas. Me contentei com as cinco.
Para que me servirão? Não sei. Ainda. O brilho delas se foi. Precisavam do sol. Nesse momento da vida, me ocorre, que estão prenhes do simbólico. Me fizeram lembrar que meu pai, algumas vezes, dizia a ela não me deixar só. Ela me perguntava porquê? Eu não sabia responder. Nunca soube!
Meu pai devia me conhecer melhor do que eu mesmo. Sempre me enxerguei como alguém que lida bem com a solidão. Mesmo em meio a multidões, me via só e são. Porém, olhando para trás, muitas vezes era uma solidão opaca. Sem brilho!
Meu pai sabia das coisas! Sabia de mim! De vez em quando levarei as cinco pedrinhas em busca do sol. Elas vão brilhar. Eu também!

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