domingo, 12 de agosto de 2018

Sofias

Ontem duas Sofias entraram na minha vida. Brevemente. Tão diferentes. A primeira surgiu em um passeio no Passeio Público. Edra Moraes estava comigo. Kennedy, o cão, também. Manhã fria de inverno pedia um caminhar ao sol. Logo após a feirinha de orgânicos, mãe e filha caminham em nossa direção. Quando as vi, supus que fossem mãe e filha. Não me enganei. A mãe, dirige-se à filha, e pronuncia um nome: Sofia Stephenson. Quem será? Não faço a mínima ideia! Sei que não era a menina com a mulher. Ela se referia a uma Sofia que não estava ali. Por algum motivo, talvez o sobrenome inglês, esta Sofia ficou em minha memória.
Findo o passeio, retornamos a meu apartamento. Não muito distante do Passeio Público. Edra e eu decidimos ir ao cinema. Todo sábado há uma sessão gratuita do Clube do Professor. Começava às onze. Um cafézinho antes de sair de casa. Chegamos quase em cima da hora. O filme do dia era Vidas à deriva. Um drama baseado em fatos reais. História de amor recheada com naufrágio em alto mar. Não gostei muito do filme, apesar das belas imagens submarinas. Me entediou um pouco. No entanto, o enredo nos ajuda a refletir sobre a vida. Jà é alguma coisa!
Em uma das primeiras cenas do filme, a protagonista, Tami, chega ao Tahiti em um barco. Adivinha o nome do barco? Sofia, Isso mesmo! Imediatamente, me lembrei da Sofia do Passeio Público. Assim, como ocorreu com a primeira, Sofia, o barco, fez uma aparição breve, en passant! Hoje estou meio exibido. Sempre quis usar esta expressão. En passant! Chique, não? Duas Sofias na mesma manhã. Coincidência! O que isso quer dizer? Provavelmente nada. Só um motivo para escrever.
Mais tarde, de volta ao apartamento, Edra me dá o privilégio de ler um conto escrito por ela. Ainda inédito. Um história curta em que a coincidência se faz presente na vida da protagonista. Um dia você poderá lê-lo. Por enquanto, fora algumas pouca amigas, só eu pude ler. A imagem que ilustra este post tem a ver com as coincidências que Edra conta.
Cheguei até aqui. E agora? Sei que você espera mais. Tenha paciência. É provável que eu consiga alongar o texto mais um pouco. No entanto, você foi avisado. Não negue. Percebeu o nome do blog, não? Breves Textos. Sim. É isso mesmo! Breves no sentido de curtos. Não venha com a esperança de longas narrativas. Não aqui. Aqui só textos curtos. Sinto muito! Deveria ter prestado atenção nisto!
Sofia faz parte da filosofia. Traduz-se como saber. As duas aparições breves das Sofias ontem de manhã me levaram a pensar no saber. Ao contrário das duas de ontem, a sofia da filosofia não pode ser breve. Nem a sua busca. Busca constante, permanente. Está em minha vida desde que me conheço por gente. Tem uma outra qualidade. Talvez seja compartilhada pelas duas Sofias de ontem. Mas, pode ser-lhe única. Quem sabe? Eu não! A incompletude. Quanto mais conheço a sofia, mais me parece incompleto o que conheço. Em alguns momentos, raros, a sofia mostrou-se bela. A beleza da sofia é o que busco. Quando a vejo, não consigo escondê-la. Quero compartilhar. Espero que você também.
Pronto. Cheguei ao fim. Do post. Não da busca da beleza da sofia. Esta só terminará quando a lucidez já não se fizer presente em minha mente. Mas, não me posso furtar a uma última pergunta. A você que me lê: Consegui alongar o texto suficientemente?

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