sexta-feira, 22 de abril de 2016

Menos Infinito

O problema é o menos infinito.
Esta ouvi ontem no ônibus a caminho da universidade. Uma moça e um rapaz conversavam. Tinha algo a ver com cálculo. Matemático. Não renal.
Eu desci na estação Jardim Botânico. Eles seguiram em direção ao Centro Politécnico. Fiquei com o problema na cabeça: menos infinito. É óbvio que se trata do oposto ao mais infinito. Mas, por que seria um problema para aquela moça? A frase foi dela. Ele resmungou qualquer coisa. Incompreensível!
Lembrei-me de meus tempos de engenharia e física. Pouco antes de completar 18 anos fui estudar engenharia em São José dos Campos. Um ano e meio depois, insatisfeito, me transfiro para o curso de física da Unicamp. Foi apenas uma parada no retorno a Londrina. Naquela época, 1975 e 1976, não me lembro de dificuldades com os infinitos matemáticos. Hoje todos esquecidos! Os infinitos. Quanto aos problemas, vou lidando com eles conforme se revelam. Alguns facéis. Outros difíceis. Poucos insoluvéis.
A infinitude dos caminhos da vida se mostrava timidamente naquele tempo. Não sabia o que queria, mas sabia o que não queria. O acaso me levou por um caminho. Poderiam ter sido outros. Entre o menos infinito e o mais infinito, havia infinitas possibilidades. Escolhi uma. Gostei da escolha. Ao longo do caminho surgiram mais escolhas. Fui fazendo as minhas.
Nessa toada, me dou conta de que já se passaram 40 anos. Se fiz uma escolha por dia, são mais de14.600. Afinal, fiz a conta sem considerar o dia a mais dos anos bissextos. Esses são os cálculos que me arrisco fazer atualmente. Aritméticos. Os renais de vez em quando me atormentam! Mas, não são piores dos que os com menos infinito. Apenas, mais doloridos.
Nessas escolhas, as infinitudes de caminho se revelam. Cognitivamente limitado, como você e os demais humanos, considero apenas alguns mais imagináveis. Sei que minha imaginação pode me levar ao infinito. No entanto, pragmático, tento não divagar demais para não ir devagar demais. Me perdoe pela infâmia do trocadilho!
Algum padrão emerge? Espero que sim. Na minha esperança infinita, o desejo infinito de ter feito alguns poucos pensarem que é possível um mundo melhor.
Espero não parecer infinitamente tolo!

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