domingo, 15 de dezembro de 2024

Cícero das Alagoas

Cícero veio das Alagoas. Em São Paulo, na saída do hotel, nos pediu uma moeda. Qualquer valor lhe ajudaria na busca da refeição do dia. Seria a primeira. Talvez, a única. Não tinha nada a lhe oferecer. Nesta vida contemporânea, o dinheiro em forma de metal ou cédula é raro em minha carteira. Por acaso, minha companheira encontrou um trocado em sua bolsa. Cícero agradeceu dizendo do valor da ajuda que recebera. Lhe desejei boa sorte. De novo agradeceu e se disse de Alagoas. E emendou, melhor que a sorte, é poder estar vivo. Viver é melhor que morrer. Se despediu. Logo depois, caiu a chuva.

Chuva de verão
na manhã dominical -
Vida severina.

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