domingo, 13 de agosto de 2023

O que está em um nome?

Hoje, em algum momento da conversa com Fernanda, a filha caçula, surgiu a questão: por que Fernando Antonio?
Falávamos de Londrina. Fernanda, minha companheira e eu. Sobre o que está no centro de Londrina. Biblioteca Pública, Museu Histórico, Museu de Artes, entre outros prédios e locais. De repente, alguém mencionou a Concha Acústica. Criada no ano em que nasci. 1957. Disso, veio a lembrança. E a pergunta: por que Fernando Antonio?
Então, no meu caso, a escolha foi fruto de uma disputa. Entre pai e mãe. No meio da disputa, um recem nascido: eu. Mas, não se assuste! A disputa não foi nada séria. Não que me lembre. Afinal, era eu apenas um recém nascido de poucos dias. Assim, me contou minha mãe. Me fio na história contada por ela.
Nasci um bebê grande. Cinco quilos e meio. Quando me viam, havia os que duvidavam de ser recém nascido. Desse tamanho? Perguntavam. E duvidavam! Depois da dúvida a pergunta: como vai se chamar o menino?
A resposta, dependia de quem respondia. Para minha mãe, seria Fernando Antonio. Nome composto. Seguindo a moda da época. Para meu pai, por outro lado, seria Antonio Fernando. Também nome composto! A dispusta era entre a ariana Kilda, nascida em um 26 de março, e o virginiano, Christovam, nascido em um 30 de agosto. Seria a teimosia uma característica comum a ambos?
Confesso que até dei uma googlada nos signos para entender, tantos anos depois, se os signos de minha mãe e meu pai eram compatíveis com uma relação duradoura, amistosa ou conflituosa. Viveram um casamento de mais de 50 anos. A essa altura, a pergunta e a resposta já são irrelevantes. Ambos, já não estão entre nós.
Mas, naqueles dias da última semana de maio de 1957, lá estava eu, um geminiano nascido no dia 23, ainda sem nome definido! No meio da disputa entre a ariana e o virginiano. Como se resolveu o conflito? Você quer saber, não é? Foi minha mãe que me contou. Aliás, isso já disse no terceiro parágrafo dessa memória.
Pois então, eis que entra em casa, tia Maria, irmã de meu pai, para conhecer o novo sobrinho. Depois do susto com o tamanho da criança, a pergunta inevitável:
_ Qual vai ser o nome? Perguntou tia Maria.
_ Antonio Fernando. Respondeu meu pai.
_ Igual ao nome do prefeito? Antonio Fernandes? Retrucou minha tia.
Ao que minha mãe, com um ar de vitoriosa, disse:
_ Está vendo Christovam? Vão chamar o menino de Antonio Fernandes!
E assim, graças à minha tia, a disputa foi resolvida. Eu me tornei Fernando Antonio, nascido em Londrina, em 1957. Mesmo ano em que o prefeito Antonio Fernandes Sobrinho inaugurou a Concha Acústica de Londrina.

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