Uma música ambiente. Estrangeira. Romântica. Em inglês. Estou em Londrina. Visito minha mãe. Já não me reconhece. Vegeta. Quarenta e cinco quilos. Não gosto de vê-la assim. A visão não faz juz à memória da vida dela. Aguardo a partida dela. Queria que fosse breve. Mas, é uma escolha que foge a meu domínio. Tive oportunidade. Faltou coragem!
Uma musica ambiente. Brasileira. Romântica também. Continuo em Londrina. Muda o contexto. Em um sebo, encontro Fragmentos. Livro de bolso com oito histórias e um conto de Caio Fernando Abreu. Com ele aprendi a palavra vezenquando. Vezenquando a uso. O título me remete à vida. Fragmentada. Tento juntar as peças. Um quebra-cabeças. A cronologia não importa. Vezenquando gosto do que vejo. Vezenquando não.
Uma música ambiente. Estrangeira. Alegre. Em inglês. Mais um fragmento. Mais uma peca do quebra-cabeças. Muda o contexto. Esse quebra-cabeças interminável. Quando a gente pensa que montou, surge outra peça.
Vezenquando quero jogar alguma peça fora. Tento. Se perde na memória. Vezenquando ela reaparece. Preenche o buraco. Jogo outra fora.
Não gosto de ver o quebra-cabeças completo. Superstição. Quando ele ficar completo será o momento da partida.
Outra música ambiente termina. Pedestres passam pela calçada. Apressados alguns. Outros não. Uma mulher saúda outra com um namastê. A outra ignora. Eu termino o texto. O quebra-cabeças não! Onde encaixo esta nova peça?
Contos e crônicas que vão surgindo no tempo. Na balança da vida, para o quase insuportável peso das impossibilidades, ofereço a insustentável leveza das possibilidades (Fernando Antonio Prado Gimenez)
sábado, 6 de abril de 2019
Quebra-cabeças
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